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Uma década de caça aos planetas bem sucedida

O HARPS celebra o seu décimo aniversário

18 de Setembro de 2013

Nos dias 16 e 17 de setembro de 2013, o encontro científico em Genebra intitulado 10 Years of Science with HARPS (10 Anos de Ciência com o HARPS) celebrou uma década de operações do instrumento HARPS (High-Accuracy Radial Velocity Planet Searcher), o principal detector de planetas do mundo. O encontro homenageou os resultados científicos extraordinários que o HARPS alcançou e a janela sem paralelo que abriu numa das áreas mais excitantes da atual ciência astronómica - a procura de planetas em torno de outras estrelas e a sua caracterização.

O HARPS - um instrumento montado no telescópio de 3,6 metros do ESO, no Observatório de La Silla, no Chile - começou as operações a 1 de outubro de 2003 e bateu alguns recordes no seu domínio: descobriu o exoplaneta com menos massa medida até agora, desafiou teorias de formação planetária ao encontrar exoplanetas a orbitar na direção oposta à da rotação da estrela hospedeira, descobriu planetas na zona habitável de uma estrela próxima e encontrou centenas de novos exoplanetas. Na realidade, quase dois terços de todos os exoplanetas confirmados, com massas menores que a de Neptuno [1], foram descobertos pelo HARPS. As observações HARPS foram também as primeiras a demonstrar que planetas de pequena massa são muito comuns em torno de estrelas semelhantes ao Sol, com mais de 30% destas estrelas a albergarem planetas do tipo super-Terras ou com a massa de Neptuno.

O instrumento conseguiu tudo isto e muito mais devido ao facto de ser o detector de exoplanetas mais preciso que existe à face da Terra. O HARPS consegue descobrir planetas ao medir a velocidade radial das estrelas. Por outras palavras, mede quão rápido se desloca um objeto na nossa direção ou na direção oposta, e fá-lo com tal precisão que consegue medir variações na velocidade de menos de quatro quilómetros por hora - cerca da velocidade de marcha média de uma pessoa [3]. Esta informação pode ser usada para procurar evidências de planetas à medida que orbitam as suas estrelas progenitoras e seguidamente derivar a separação entre o planeta e a sua estrela hospedeira. Os astrónomos conseguem assim determinar a quantidade de energia que o planeta recebe, um característica importante para averiguar a habitabilidade do planeta em causa, o que nos faz avançar um passo em frente na procura de vida alienígena.

No encontro, organizado pelo Observatório de  Genebra, um grupo de astrofísicos, incluindo o Diretor Geral do ESO, Tim de Zeeuw, debateram os pontos culminantes na vida do HARPS e as aventuras que o instrumento, assim como os seus sucessores, ainda nos farão viver.

Notas

[1] Neptuno tem uma massa de cerca de dezassete vezes a da Terra.

[2] Este resultado foi subsequentemente confirmado pela missão Kepler.

[3] Devido ao efeito Doppler esta variação na velocidade radial induz um desvio do espectro da estrela no sentido dos maiores comprimentos de onda se ela se estiver a afastar (chamado desvio para o vermelho) ou no sentido dos menores comprimentos de onda (desvio para o azul) se ela se aproximar. É este minúsculo desvio espectral que o HARPS consegue medir.

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Uma década de descobertas com o HARPS
Uma década de descobertas com o HARPS