Redes cósmicas gigantes

Por vezes, são necessários acontecimentos dramáticos para criar algo espantoso. Esta estrutura de filamentos e nuvens na constelação austral da Vela é tudo o que resta de uma estrela massiva que terminou a sua vida numa poderosa explosão conhecida por supernova. Esta imagem é uma pequena secção de uma imagem maior, obtida com a OmegaCAM, uma câmara de campo largo montada no VLT Survey Telescope (VST). Instalado no Observatório do Paranal do ESO, no deserto chileno, o VST é um dos melhores telescópios do mundo para obter grandes imagens do céu no visível.

Apesar desta imagem estar repleta de estrelas brilhantes, é difícil não apreciarmos as nuvens de gás cor-de-rosa que enchem a imagem. Os filamentos estendem-se para o exterior tal como tentáculos, uns pequenos, outros mais grossos que, ao se entrelaçarem e agarrarem entre si, formam uma rede intrincada que se mistura com as nuvens desfocadas. Mas como é que isto aconteceu?

Há cerca de 11 000 anos, uma estrela massiva explodiu sob a forma de supernova, ejetando as suas camadas exteriores. Esta explosão deu também origem a ondas de choque que se propagaram para o exterior, comprimindo o gás à volta da estrela e criando a intrincada rede que vemos na imagem. O resultado de tais explosões são os remanescentes ou restos de supernova. Situado a 800 anos-luz de distância da Terra, o resto da supernova da Vela é um dos mais próximos de nós.